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domingo, 11 de dezembro de 2016
• OUÇA FABYOLA SENDINNO • Direitos Exclusivos
Cláudio Jorge e Ivor Lancellotti
(LP Luz de Mim, gravado em 1982)
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quarta-feira, 9 de novembro de 2016
• HISTÓRIAS DAS COISAS – 16 • O Salvação da Lavoura
O SALVAÇÃO DA LAVOURA
Nas três prateleiras do armário habitavam todos os copos, de
diversos tipos, formas e cores diferentes. A competição entre eles era grande.
Tulipas chiques, ostentando no peito marcas de cervejas famosas, isolaram-se em
uma coleção. Outras tulipas comuns e copos simples para água, de uso frequente
na casa, formavam um grupo peculiar e não se misturavam com os de cristal, que
também se mantinham em grupo fechado. Sofisticados e gorduchos cálices de
vinho, ao lado de outros magricelos e altos, próprios para champanhe,
disputavam a soberania do armário.
Mas um dos copos se destacava de todos, pelo seu vidro de
qualidade inferior e uma aparência de pobre, igual aos que são usados nos bares
e botecos chamados de “pé sujo”, frequentados por bêbados que mal têm dinheiro
para uma dose de cachaça. Esse copo, tão simplório e tão sem importância,
jamais era usado, e vivia esquecido no canto da prateleira. No entanto o seu
nome era conhecido e comentado por todos: Salvação da Lavoura. Esse nome
intrigava toda a comunidade, e a pretexto de esclarecer o mistério de sua
origem, aproveitavam para lançar “farpas” uns nos outros.
“Vocês têm certeza de que é esse mesmo o nome dele, ou isso foi
inventado pelo copo de uísque, depois de algumas doses?” – perguntava o cálice
de vinho. O copo de uísque rebatia: “Não, eu não sou como alguns que perdem a
noção das coisas com qualquer pouquinho de vinho! Eu ouvi muito claramente a
nossa dona chamá-lo pelo nome, mais de uma vez!” Ao que o cálice retrucou:
“Então me diga que tipo de lavoura aquele esfarrapado pode ter salvado?” E
todos deram boas risadas.
Havia também um outro copo bastante humilde, chamado de Queijão,
originário de um simples pote de requeijão, mas que devido à sua simpatia conquistara a amizade de todos, inclusive do Salvação da Lavoura. Era o único
que mantinha com ele uma relação mais próxima. Queijão ouvia os comentários
maldosos sobre o amigo, mas não contava nada a ele. Por respeito, apesar de
muito curioso, não se atrevia a perguntar a origem do estranho nome, com receio
de constrangê-lo. Mas depois dessa última gozação geral, criou forças e foi
conversar com o Salvação. Encontrou-o isolado lá no fundo da prateleira, quieto
como sempre e com poeira por falta de uso.
“Olá, amigo. vim para conversar um pouco, tudo bem?”
“Você é meu único amigo, tenho sempre prazer em recebê-lo” –
disse, muito formalmente, como é o seu modo de ser. Queijão já se acostumara a
essa formalidade, e talvez fosse isso que o impedia de estreitar a amizade. Mas
dessa vez estava decidido:
“Quero lhe fazer uma pergunta...”
“Fique à vontade.” – respondeu Salvação, – “Pergunte o que quiser,
mas tenho tão pouca cultura, que não garanto uma boa resposta!”
Queijão deu um risinho, vacilou um pouco, mas tomou coragem e foi
direto ao assunto: “É uma pergunta indiscreta. Quem lhe deu esse nome –
Salvação da Lavoura? Tenho curiosidade de saber...”
Ao contrário do esperado, Salvação não se irritou. Disse sorrindo:
“Talvez você ache uma história sem graça... Você quer mesmo ouvir?”
O amigo reafirmou sua curiosidade e Salvação começou a contar:
“Eu vivia num lugarejo no meio do mato, e tão pobre que nem
sequer tem nome, mas fica no Rio de Janeiro, caminho de Parati. Ali eu conhecia
só uma estradinha de terra, nunca tinha visto asfalto. Morava com meu dono, um
velho que vendia bugigangas numa vendinha de pau a pique coberta com sapê.
Todo dia era igual: uns três ou quatro fregueses, no máximo,
compravam alguma coisa, como veneno contra ratos ou bananas, tomates e umas
verduras que meu dono plantava. Ele vivia principalmente de vender cerveja,
pois um fornecedor passava de caminhão uma vez por semana, e reabastecia a
venda. A cerveja toda era consumida por uns beberrões que moravam por perto.
Eu dormia e passava os dias numa prateleira, por cima de uma
geladeira velha que fazia um barulhão enorme para funcionar. Eu e mais dois
copos iguais a mim servíamos aos bebedores de cerveja, quase toda noite. Essa
era minha vida, e eu não tinha esperança alguma de que ela fosse mudar. Mas um
dia, ou melhor, uma noite, eu e meu dono acordamos com um farol de um carro,
quase encostado na porta da venda, e com duas buzinadas fortes. O meu dono, que
já estava quase dormindo, deu um pulo da cadeira e correu para a porta.
Era um casal de jovens. O que será que eles queriam àquela hora da
noite? Meu velho dono conversou com eles
algum tempo e depois eles entraram. O velho me pegou e me mostrou a eles:
“Só posso vender esse aqui. Serve para a senhora?”
A moça arregalou os olhos e exclamou: “Mas claro que serve! Vai
ser a salvação da lavoura!” Em seguida, pagaram ao velho e me levaram, sem nem
sequer me embrulhar.
Passei aquela noite num delírio completo. Pude notar que era o
único copo que dispunham, por isso eu era enchido não sei quantas vezes de
vinho e depois de cerveja. No fim, até gin eu tive que levar às duas bocas – a
da moça e a do rapaz –, que naquela altura já haviam largado o carro e estavam
fazendo sexo numa barraca de acampar. Encheram a cara de bebidas diversas e
finalmente dormiram, me largando na areia, dentro da barraca.
O dia seguinte amanheceu ensolarado, e o casal dormiu até bem
tarde. Pensei no que fariam de mim, e fiquei com medo de me abandonarem naquele
lugar deserto. Senti uma saudade enorme da segurança do meu canto, do velho, da
venda e da prateleira. Como é bom ter uma casa! Mas antes que me desesperasse,
a moça acordou, sonolenta, me achou no chão e me abraçou contra o peito: “Olha,
querido, que lindinho ele é! O seu nome agora é Salvação da Lavoura!”
E assim, fui levado para a mochila, viajei quase meio dia na mala
do carro e acabei num lindo apartamento. Minha dona me deu um beijinho e me
colocou num armário envidraçado, na cozinha, ao lado de muitos outros copos,
todos chiques, a maioria de cristal.
Vivi nesse apartamento muitos anos, tratado sempre com muito
carinho pela minha dona. Ela me usava quando estava sozinha, mas quando o
namorado chegava, preferia usar os outros copos mais chiques.”
“E como você veio parar aqui nesta casa?” – perguntou Queijão, muito
curioso.
“Muita coisa aconteceu desde então!” – E ao perceber que a porta
do armário começava a ser aberta, resolveu terminar o assunto: Você não prefere
que eu lhe conte mais tarde?”
As mãos de uma senhora pegaram na prateleira de cima, duas tulipas
da coleção com imagens estampadas, e a porta foi novamente fechada. Era sinal
que tinha visita em casa.
“É ela! É a mulher da história que contei!” – exclamou Salvação.
“Mas é a nossa dona! E já é uma senhora!” – respondeu, surpreso, o amigo.
“O que eu lhe contei se passou há mais de trinta anos!” – disse
Salvação, com um pouco de tristeza na voz. E concluiu: “O tempo causa mais
estrago nos humanos do que em nós, eu já percebi isso...”
Queijão nem ouviu direito esta última frase, atento que estava ao movimento
no interior do armário. Notou que os outros copos se aproximaram, provavelmente
para tentarem ouvir o resto da conversa. Aproveitou-se então da situação para
fazer uma aproximação entre eles: “Salvação da Lavoura, eu quero lhe apresentar
os outros copos. Todos eles gostariam de conhecer você e por alguma razão até
hoje viveram afastados. Mas agora eles vieram conhecê-lo. Ali está o copo de
uísque, ao lado dele os cálices de vinho, os copos de água... Enfim, vieram
todos.”
“Muito prazer.” – disse formalmente, como sempre, e todos
responderam ao cumprimento. Foi um bom começo. Queijão então continuou:
“Estávamos aqui conversando e Solução da Lavoura contava a rica história de sua
vida.”
“Nós ouvimos tudo.” – respondeu laconicamente o copo de uísque.
“Verdade? Vocês todos ouviram a minha história?”
“Você não queria, era segredo?” – perguntou um cálice de vinho.
“De forma alguma! Eu sempre desejei contar, explicar esse meu nome
esquisito... Estou feliz por vocês se interessarem por mim!”
Queijão, curioso, resolveu acabar com os rodeios: “Você dizia que
a senhora, nossa dona, é a mesma mulher que lhe adotou, na noite do
acampamento, é isso mesmo?”
“Sim! E já fazem mais de trinta anos! Primeiro eu vivi no seu
apartamento de solteira, até que o namorado virou seu marido. Eles se casaram.
Fui então levado para outro apartamento, bem maior. A sala era grande, e tinha
muito mais copos ao meu redor, no armário. Nesse tempo todos gostavam de mim,
apesar de quase não me usarem. Eu notei que havia me tornado um objeto de
estimação, não era mais propriamente um copo. Volta e meia, quando minha dona
abria o armário, ao me ver dizia baixinho: ‘Olá, Salvação da Lavoura!’. Até meu
novo dono, seu marido, também se mostrava feliz em me tocar. Mas na hora de
usar, escolhiam os outros copos, e eu comecei a compreender e aceitar bem isso.
Os humanos vivem muito das aparências, apesar de manterem ainda um
lado afetivo. Sei que gostam de mim, mas eu não posso satisfazer às aparências
que eles querem manter. Por isso me guardam com carinho, mas nunca me usam
socialmente. Eu agora compreendo isso muito bem. E vivo bem assim, feliz por
saber que um dia passei alegria aos humanos, que eles se sentem felizes ao
lembrar de mim. Eu me satisfaço com isso. E também já aprendi que tenho uma
vida maior do que a deles. Eles envelhecem muito mais rapidamente. Eu sou de
vidro, eles de carne e osso, é provável que um dia eles morram, e eu, se não me
quebrarem, estarei ainda vivendo, com outro dono, em outra família. Mais pobres
ou mais ricos, não sei. Mas isso só tem importância para os humanos. Para mim
não tem nenhuma.”
Os outros copos, depois de ouvirem essas coisas, pareciam ter se
transformado. “Você tem razão, de que vale o rótulo do uísque que eu
transporto? Ou a safra do vinho que você abriga? Somos todos nada mais do que copos! Somos de vidro, uns mais
requintados outros menos, mas esses são valores que só interessam aos humanos!
São eles que vivem de aparência, nós não precisamos disso! Não podemos copiar a
forma de vida dos humanos! Somos todos de vidro e pronto!” – disse emocionado o
copo de uísque. E todos compreenderam, caíram em si, e concordaram. A partir
daí, uma grande mudança se deu no armário dos copos. Acabaram os preconceitos
entre eles. “Somos todos de vidro!” – esse era o lema de todos. E Salvação da
Lavoura passou a ser tratado como um verdadeiro ídolo.
• TEXTO ECOLÓGICO • Zoom
Zoom
Não
sei há quanto tempo estou aqui, ao pé dessa árvore, admirando a sua ramagem,
assistindo ao espetáculo do sol penetrando entre as milhares de folhas,
formando minúsculos raios, tão belos quanto incógnitos às vistas das pessoas
que passam, absortas em suas alegrias ou tristezas.
As
árvores se estendem, num desenho irregular, por planícies e montanhas, até o
mar, até o horizonte. Mas esse é apenas o limite da minha visão. Na verdade, as
árvores e o mar vão muito além, passam da divisa do estado, alcançam a
fronteira do país e dali prosseguem até outros continentes, ignorando
completamente as demarcações estabelecidas pelas leis humanas. O mar segue
ainda mais, desconhecendo os traçados ilusórios de países e continentes, banhando
outras praias, outras montanhas, outras árvores, que também ultrapassam
inúmeros limites humanos, dando uma volta completa no planeta, para,
finalmente, se encontrar com a árvore à minha frente.
Enquanto
eu a contemplo vão passando por mim muitas pessoas, entretidas com seus
pensamentos e sentimentos, lembrando fatos passados ou fazendo planos para o
futuro, sem se darem conta de que caminham livres, numa imensa esfera, cheia de
árvores, terras e montanhas, que mudam de forma continuamente e se adaptam com
harmonia ao solo e ao clima de cada região. Ao contrário de nós, seres humanos,
que falamos línguas diferentes e nos matamos mutuamente, motivados pela
ganância de nos apossarmos de um determinado espaço no solo ou de algum tipo de
mineral ao qual chamamos de riqueza.
Acima
de mim e da árvore à minha frente, avisto o céu com suas nuvens, e bem acima
delas, um espaço sem fim, onde à noite, incontáveis esferas cintilantes me
parecem imóveis, mas na realidade percorrem à grande velocidade um caminho
curvo em volta de outras muito maiores. Uma delas é a que chamamos de Sol, em
torno da qual gira a pequena esfera onde eu e o restante da humanidade
habitamos.
O
Sol, juntamente com milhares de bolinhas como essas, formam uma maravilhosa
esteira que tem o nome de galáxia.
A
galáxia é uma molécula. O Sol, um átomo. A bolinha que habitamos é apenas um
próton ou elétron desse átomo. E as leis, as propriedades, a riqueza, a
vaidade, a ostentação e as divisões humanas, não são nada.
sendino.claudio@gmail.com
• ARTIGO • Você acredita em Deus?
Você acredita em Deus?
Quando me fazem esta pergunta, sinto-me
impossibilitado de responder simplesmente – sim ou não –, sem antes refletir sobre o assunto.
Costuma-se dividir as pessoas em dois grupos: os
materialistas, ateus, que não admitem sequer pronunciar a palavra Deus, e os
religiosos, ou simpatizantes de alguma religião. O conceito de Deus é,
inevitavelmente, ligado à religiosidade.
Há quem imagine Deus como um ser de longas barbas, que
ditou os mandamentos a Moisés e a quem devemos amar acima de tudo. Que castiga
os que não o obedecem, que perdoa os que se arrependem, e até distribui
presentes aos que mais o agradam.
Há os que acham que a autoridade e as virtudes de Deus
precisam ser sempre afirmadas, e vivem a anunciar aos quatro ventos que Deus é
o Senhor de todos nós.
Há também quem veja Deus como um grande espírito, uma
espécie de mestre de todos os mestres, dono de tal sabedoria, que foi capaz de
criar o Universo e de quem nada conseguiremos ocultar. Por isso, precisa ser
respeitado e venerado por toda a humanidade.
Esses são conceitos que atribuem a Deus virtudes
inerentes aos seres humanos, como bondade e cólera, sabedoria, fidelidade,
necessidade de ser respeitado e de afirmar o seu poder. Provavelmente devido a
essa imagem de Deus todo-poderoso e dominador, sempre a exigir obediência e
complacência de todos, é que os ateus sentem tanta aversão às religiões.
No entanto, existem também os que consideram Deus o
grande mistério, jamais desvendado inteiramente, da Natureza e suas leis
eternas e imutáveis, que regem o Universo, num processo automático e contínuo,
a cada instante, durante a eternidade.
Acreditar em Deus, nesse caso, é assumir uma postura
humilde diante desse fantástico e constante movimento, desde o macrocosmo, do
qual somos uma partícula infinitesimal, até o microcosmo, que forma todas as
coisas, inclusive nós. É reconhecer, assim, a limitação do conhecimento humano.
Os que vêem Deus como a Natureza podem afirmar
verdadeiramente que Deus está em toda parte, pois toda a matéria do Universo é
formada de moléculas e átomos, ou seja, de energia condensada. A mesma energia
que circula por nossos cérebros e mentes, dando a nós a sensação da
personalidade, da individualidade. Portanto, somos parte de Deus, parte da Natureza,
e nos movimentamos através das suas leis, que não dependem de nada, de vontade
alguma, de nenhuma religião, nenhuma oração, promessa ou magia, para que se
cumpram.
O conhecimento das leis de Deus ou das leis naturais é
cobiçado, desde o momento em que o primeiro ser humano olhou para o céu e
percebeu as estrelas. É perseguido, tanto pela Ciência quanto pela Religião,
ambos pressupondo, cada um a seu modo, um profundo conhecimento dessas leis.
Porém, se atentarmos bem veremos que, em toda a
existência humana, o tanto que aprendemos é ainda muito pouco.
Há cerca de 300 anos, Newton enunciou leis que
pareciam dar ao ser humano um enorme domínio da Natureza. No entanto, a Ciência
já provou que não estavam absolutamente corretas, assim como Einstein mostrou
que a distância entre dois pontos nem sempre é – como parece óbvio – a linha
reta. Postulados tidos como intocáveis, de tempos em tempos são superados.
Isso mostra que o ser humano
somente consegue dominar fragmentos das leis da Natureza, nunca as conhece
inteiramente, ainda que, com esse pequeno conhecimento, possa realizar as
maravilhas tecnológicas atuais. E o conhecimento vai-se desenvolvendo em
progressão geométrica, haja vista a evolução do celular, que há poucos anos era
um simples telefone e hoje é um complexo multiuso. Quem sabe, daqui a 500 anos,
tudo isso será tão rudimentar, como agora são as trapizongas produzidas na
Idade Média?
Se tentássemos, na Idade Média,
descrever o telefone celular, provavelmente seríamos taxados de bruxos. O que
torna perfeitamente aceitável supor que, no futuro, a Ciência chegará a
manipular fenômenos que atualmente não consegue explicar, como os da
paranormalidade e mediunidade; ou os milagres, para algumas religiões.
Assim, provavelmente esses
fenômenos, que já foram tidos como “bruxarias” no passado, mais cedo ou mais
tarde estarão nas páginas dos livros científicos. Basta que sejam superados
alguns postulados, atualmente em vigor, o que se dará naturalmente a partir de
descobertas de novas facetas das leis da Natureza.
A busca incansável do ser humano pelo domínio da
Natureza, inclui também a tentativa de explicar a formação do Universo.
Novamente, Ciência e Religião seguem caminhos praticamente opostos.
Como tudo começou? As explicações
religiosas são quase todas baseadas nos antigos mitos nascidos na Pré-História
e na Idade Antiga. Pouco foram alterados. No mundo científico, a teoria mais
aceita, a do Big Bang, diz em síntese que o Universo se formou a partir de uma
explosão. Porém, sabemos que todo efeito possui a sua causa. Uma simples gota
d’água, ao cair, produz um efeito, que passará a ser causa de outro efeito, e
assim por diante. Retrocedendo-se até ao que se diz ter sido o início do
Universo, pergunta-se: qual teria sido a causa da explosão do Big Bang? Se o
nada é incapaz de explodir, o que teria explodido? Deveria haver um ponto
inicial de matéria, ao menos um único átomo, para que pudesse acontecer a
explosão.
Volta-se então, à questão inicial: como se originou
esse primeiro átomo, a que alguns espiritualistas chamam de átomo primordial?
De onde teria surgido? Logicamente, ele obedecia às leis da Natureza, mas em
que momento essas leis teriam se formado?
A essas
perguntas simples e diretas, apesar das várias teorias a respeito, todo o
conhecimento humano ainda não conseguiu esclarecer definitivamente.
Por isso, devolvo a pergunta: – Você acredita em Deus?
sendino.claudio@gmail.com
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