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quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

1 • ARTIGO • O mundo dividido




O MUNDO DIVIDIDO

As sociedades humanas, sobretudo no mundo ocidental, encontram-se politicamente divididas entre esquerda e direita. A esquerda representa o Socialismo (ou Comunismo), e a direita o Capitalismo. Ambas as facções julgam-se democratas, e defendem a democracia com unhas e dentes.
 Do ponto de vista humano, tanto entre os socialistas quanto entre os capitalistas, há pessoas honestas, sinceras, altruístas e fraternas no trato com os semelhantes (chamadas adiante de positivas), mas também existem outras tantas desonestas, hipócritas, egoístas e perversas (as negativas). Essas últimas parecem existir em maior número, ou pelo menos ocupam os postos decisivos nas sociedades, já que no mundo imperam a violência, a corrupção e a ganância. É normal que os negativos dominem o mundo, devido a predominar neles o egoísmo, que os impele a lutar com afinco pelo poder, enquanto os positivos não possuem essa ânsia dominadora. Evidentemente que em alguns países isso é mais notório e contundente, em outros menos.
Mas a questão fundamental aqui é admitir que o fator determinante para o bem-viver das populações é a predominância de pessoas positivas ou negativas nas sociedades e, sobretudo, entre os políticos dirigentes; e não o sistema político de governo adotado, seja o Comunismo ou o Capitalismo. As grandes decisões governamentais, nos dois sistemas, não são tomadas de forma automática ou eletrônica, mas sim por pessoas, que agem segundo seu caráter. Os de caráter positivo sempre terão por princípio beneficiar o povo, em qualquer decisão que tomem, mas os negativos pensarão somente em beneficiar a si mesmos. É certo que existem leis para punir as atitudes desonestas, mas também existem especialistas em driblar essas leis por caminhos, por vezes, bastante sinuosos, permitindo que os políticos corruptos possam exercer sua desonestidade “honestamente”. Inclusive, muitas vezes invertendo os papéis, através desses mesmos caminhos sinuosos, e punindo os que denunciam suas falcatruas... 
Uma conclusão lógica desse fato é que a Democracia plena não pode ser exercida, enquanto perdurar, na maioria dos seres humanos, o atual estado de consciência, seja lá qual for o sistema político de governo. Existem arremedos de Democracia, com instituições onde discutem e votam as decisões do governo, porém o resultado final é sempre ditado pelo grupo que domina o poder. Ou imposto diretamente, em regimes totalitários, ou usando de artimanhas para manipulá-las a seu favor, nos países que se dizem democratas. 
Ainda assim permanece a dualidade Comunismo x Capitalismo. Qual dos dois será o regime ideal? É lógico que cada um apontará a si mesmo. Mas na verdade, o que importa não é o sistema, e sim o aperfeiçoamento do regime estabelecido no país, com atitudes positivas dos seus políticos dirigentes. Será sempre muito sofrido para a população habituada a viver sob determinado sistema político, a implantação de um outro, levando à mudança de hábitos e do modo de viver. Todos devem lutar contra essas tentativas drásticas, falsamente revolucionárias, por vezes chamadas de progressistas, mas sempre lideradas por pessoas negativas, que, no fundo, lutam egoistamente pela conquista do poder, almejando vantagens pessoais.
Os positivos, que em qualquer circunstância mantêm-se honestos e altruístas, só agem a favor do povo, lutando continuamente pela liberdade de expressão, por mais conforto à população, amparo médico e hospitalar, alto nível de ensino, e também pela distribuição de renda proporcional às qualidades de cada um. Sempre agirão assim, pois é a sua natureza, mesmo que tal postura conflite com os representantes do status quo, enfrentando com determinação as represálias dos políticos negativos.
Os que ainda pensam que o ser humano é produto de um sistema socioeconômico estão enganados, pois nesse caso todos os habitantes de uma região teriam as mesmas tendências, os mesmos hábitos, enfim, desde que sob as mesmas condições, seriam igualmente felizes ou infelizes. Ora, a realidade é justamente o inverso, pois cada ser humano é único, individual, com vocações, aspirações, desejos e necessidades bem diferentes dos outros, por vezes opostas. Ainda que pertença ao mesmo grupo e habite a mesma região, é certo que o regime socioeconômico em que vive, embora consiga transmitir-lhe uma certa influência, não é, de forma alguma, determinante da sua personalidade e do seu caráter.
É errado acreditar que determinado regime socioeconômico fará por si o povo mais feliz. Para proporcionar o bem-viver coletivo, é necessário que os dirigentes, as pessoas responsáveis pelo controle do país, além de bem preparadas e competentes em suas funções, sejam positivas, isto é, bem-intencionadas, altruístas e sobretudo honestas. Que tratem de aperfeiçoar o sistema vigente, sem jamais cogitarem de trocá-lo por outro, pois o povo está acostumado aos seus hábitos de vida. O que o povo necessita é que as instituições e os serviços públicos, o atendimento médico, os hospitais e as escolas, sejam bem aparelhados e funcionem bem. Assim, devem lutar arduamente para impedir que os negativos tentem exercer seu domínio para impor tal mudança. 
A polaridade política atual, a disputa entre o Socialismo comunista e o Capitalismo pela supremacia do mundo, em última análise é uma competição de interesses pessoais, com disfarce ideológico.

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Envie para:sendino.claudio@gmail.com 



2 • HISTÓRIAS DAS COISAS • As ideias são azuis




As ideias são azuis

A faquinha Azul cortou a primeira tirinha bem estreita, para economizar espaço. Começou a cortar a segunda, mas de repente, sentiu uma dor fulminante. Sua lâmina separou-se do cabo e ela caiu, já sem vida, no chão da arena. O choque atingiu o público e imediatamente fez ecoar um “ohhh...” por todo o estádio. Facão Prata foi o primeiro a se aproximar, e parecia não acreditar no que via. Serra azul, completamente transtornado, balbuciava, entre lágrimas, o nome da faquinha Azul. O Diretor tentou acalmá-los: “É muito triste! É muito triste... Mas temos que ter calma nessa hora. A vida vai continuar, sempre a vida continua!”.
Até aquele momento, tudo parecia correr às mil maravilhas no Torneio de Tirinhas. Os protagonistas, facão Prata, faquinha Azul e Serra Azul, haviam se tornado muito unidos, lembrando os velhos tempos de amizade com a faca Fininha e o facão Dourado, que também tiveram mortes repentinas. Na época, sobrou no grupo apenas o facão Prata e a faquinha Azul. Ambos muito abatidos com a perda dos amigos, tocaram os espetáculos do jeito que foi possível. O desempenho deles caiu bastante, durante muito tempo, mas afinal conseguiram se superar e atualmente estavam em plena ascensão.
Dias antes, o Prata havia apresentado à faquinha Azul o pequenino facão Serra Azul, que o procurara querendo participar do grupo. A Azul, a princípio relutou em aceitá-lo, devido ao seu corpo pequeno e franzino, e à consequente dificuldade para o corte do queijo. De fato, ele tem essa dificuldade, pois muitas vezes o queijo é maior do que a pequena extensão de sua lâmina. Mas tanto se esforçou, que conseguiu compensar essa deficiência com a habilidade inegável no corte das tirinhas. Faquinha Azul acabou por dar o voto favorável, embora por um período experimental, e Serra Azul foi incorporado ao grupo. Preenchia assim parte da lacuna deixada pela falta dos antigos companheiros.
Durante o último mês, os três se revezaram nas apresentações do Torneio de Tirinhas, e o sucesso foi grande, voltando a lotar o estádio. Serra Azul já começava a conquistar fãs, que se empolgavam com o seu capricho e habilidade em lidar com as migalhas de pão e com os fragmentos de queijo que se soltavam, e sobretudo com o corte preciso e certeiro das tirinhas. E justamente num momento tão positivo, acontece essa tragédia. A faquinha Azul, querida de todos, jaz no chão da arena, diante da enorme plateia. 
“Como se não me bastasse a perda daqueles dois, agora minha melhor amiga resolve também me deixar!” – Lamentava facão Prata no dia seguinte, em sua gaveta, tomado por grande tristeza. Serra Azul, agora seu único companheiro, só pôde dizer, muito emocionado: “Oh, mestre... eu sinto muito... Mas conte comigo. Sou seu amigo também...”  
A faquinha Azul era insubstituível. Começou a carreira há muitos anos, e de forma inusitada. Chegou na casa como um brinde, acoplada à embalagem de um produto. Mas era linda. A esposa do Diretor de Eventos, encantada pela beleza de seu cabinho azul, mesmo sabendo de sua total inexperiência, por mero capricho, colocou-a como protagonista no Torneio de Tirinhas, transferindo o Facão Prata para a distante gaveta da churrasqueira. 
Assim a apresentou ao público: “Esta é a faquinha Azul, que a partir de hoje vai enfeitar os nossos espetáculos.” 
Mas a TV logo correu a entrevistar o facão Prata, na gaveta da churrasqueira, para saber o verdadeiro motivo de seu afastamento. Prata, ao contrário de reclamar e se lamentar, incentivou a faquinha Azul, reconhecendo que ela não teve culpa de nada. Até se dispôs a lhe dar instruções técnicas, se ela quisesse.
A faquinha Azul, agradecida, passou então a tratá-lo de “mestre”. Os conselhos do mestre foram tão eficazes que, na sua estreia, todo o público esperava um fracasso total, mas ela os decepcionou, revelando-se talentosa e conseguindo até arrancar aplausos. Pouco a pouco foi se firmando, e, no mês seguinte, após a volta triunfante do facão Prata, seu mestre e instrutor, faquinha Azul tornou-se uma estrela de sucesso. 
Mas o que a marcou mesmo foram as suas grandes e ousadas ideias.
A primeira foi a criação do Torneios Uno, usando somente um lado do pão. Azul propôs essa ideia quando o Torneio de Tirinhas atravessava uma fase muito em baixa, perdendo público e bilheteria. O Diretor gostou bastante, mas, depois de muito pensar, teve medo de arriscar e não aprovou o projeto.
Pois a faquinha Azul não desistiu. Encontrou outro empresário que gostou e resolveu investir na ideia do Torneios Uno. Não podendo participar diretamente, devido ao seu contrato com o Torneio de Tirinhas, faquinha Azul lançou como protagonista sua prima Fininha, que nunca havia atuado. Foi outra ideia brilhante, pois a faca Fininha acabou famosa, e o Torneios Uno fez tanto sucesso, que por vezes chegou a ofuscar o tradicional Torneio de Tirinhas.  
Daí em diante, o Diretor de Eventos passou a acatar todas as suas sugestões, por mais ousadas que fossem, considerando-as prenúncios de sucesso. “Vamos sentir falta de suas ideias criativas” – Disse ele em seu discurso, no dia seguinte ao fatídico acidente, durante o sepultamento da faquinha Azul. 
Como ele costuma dizer, “A vida sempre continua!” E os espetáculos continuaram, agora com a nova dupla dos facões Prata e Serra Azul – o facãozinho serrilhado. O público correspondeu, levado principalmente pela curiosidade no trabalho do novato Serra Azul. É notória sua dificuldade para cortar o queijo, às vezes “atravessa” o corte, mas em compensação é exímio nos detalhes da “cata de migalhas” e corta cada tirinha com grande precisão. Em geral, agradou bastante ao público. 
A continuidade dos espetáculos foi sofrida, como era de se esperar. Os protagonistas, além de abatidos pelo recente drama que viveram, eram somente uma dupla: um, muito experiente, forte e robusto, e o outro pequenino e ainda principiante, o que suscitou brincadeiras do público, que apelidou o evento de “Torneio do papai e seu filhinho”. Mas isso não chegou a causar problema, pois a frequência do público continuava satisfatória. 
No entanto, havia uma dificuldade verdadeira. A orientação, adotada há algum tempo, priorizando as notas dadas pelo público na Arena do Sabor, em detrimento da antiga conquista de recordes, segundo o número de tirinhas, já não causava mais impacto, e pouco a pouco, o público começou a abandonar o estádio. Estava provado que os recordes na contagem das tirinhas empolgavam mais do que as notas pelo sabor.
Por outro lado, se retornassem ao sistema anterior, a demora no corte das tirinhas, cada vez mais estreitas, também tornaria o espetáculo monótono. O público não tem mais a paciência de antes, deseja agora assistir a um espetáculo ágil. Hoje em dia se exige rapidez em tudo! Principalmente os jovens pensam assim.
Foi aí que, tal qual a faquinha Azul em seus áureos tempos, o Serra Azul revelou seu lado ousado e criativo: apresentou uma sugestão que o Prata gostou muito e encaminhou ao Diretor de Eventos. A ideia era criar uma nova modalidade, dentro do Torneio de Tirinhas: o Torneio de Tirinhas Sub-20.
O Sub-20 permitiria o máximo de 20 tirinhas. Quem ultrapassasse esse limite seria desclassificado. Assim, as tirinhas seriam mais largas, e o corte bem mais rápido. O Diretor imediatamente autorizou. 
E ele estava certo em autorizar, porque a nova modalidade foi mesmo um sucesso. O público adorou! Era uma volta ao antigo critério, porém com o limite de 20 tirinhas, que criava um grande suspense: o de ser ou não classificado. O espetáculo se tornou mais ágil e muito mais empolgante. Palmas para o Serra Azul, que assim vai se tornando um novo ídolo popular.
“Está provado que as grandes ideias são azuis!” – Exclamou o diretor, rindo de satisfação, ao ver o Torneio de Tirinhas novamente no auge do sucesso.


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3 • HUMOR & CARTUNS • Homo-Zoo

Mais importante é a liberdade interna... 

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4 • ELES SÃO UNS GATOS! • Crescendo na vida

Quando Miguelito veio morar nesta casa, sua mãe lhe disse: “Vá com Deus e trate de sempre crescer na vida!”






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5 • TEMAS DIVERSOS • Anúncios usando humor

Três campanhas publicitárias criadas e produzidas por Sendino em estúdio próprio. Ambas de pequenos anúncios, usando humor como approach
Duas são ilustradas com cartuns: a campanha Trilhas e Rumos, fabricante de mochilas, agasalhos e outros materiais esportivos, e a do restaurante Ernesto, na Lapa, Rio de Janeiro. 

A terceira, embora usando humor, foi ilustrada com fotos dos produtos, produzidas no estúdio.





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6 • INFORMAÇÕES PROFISSIONAIS • Sendino

SENDINO
(Claudio Fabiano de Barros Sendin)

• Diretor de arte publicitário, trabalhou em Criação, nas principais agências do Rio de Janeiro, de São Paulo, e num estúdio de publicidade em Barcelona. 
Durante essa fase, participou da criação de campanhas publicitárias para muitas empresas e instituições importantes, entre elas: Volkswagen, Vasp, Gillette, Coca-Cola, Banco do Brasil, Petrobras, Merrel (Cepacol), Fleischmann Royal, Bradesco Seguros, Prefeitura do Rio de Janeiro. 
Algumas dessas campanhas e peças isoladas receberam medalhas de ouro, prata e bronze, no Prêmio Colunistas.

• Cartunista publicitário, criou personagens bem-sucedidos para publicidade, como Bond Boca, da Cepacol, em parceria com o redator Alexandre Machado, e o Bocão, da Fleischmann Royal, em parceria com a equipe de marketing da Norton. Criou todos os cartuns da campanha Minimania, para a Coca-Cola e Bob’s.

• Cartunista editorial, ilustrou muitas matérias na revista Domingo (do antigo Jornal do Brasil), onde criou a capa sobre “mergulhadores procurando barcos naufragados na Baía de Guanabara”. Na revista Veja Rio, criou 16 capas, muitas ilustrações de matérias, e ilustrou com charges as crônicas do crítico musical Sérgio Cabral, durante mais de cinco anos. Para o jornal O Globo, criou muitas capas para os Cadernos Vestibular

• Diretor de arte editorial, fez os projetos gráficos de várias revistas corporativas: Hospedagem Brasil (para a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), Rumos Práticos (para o Conapra – Conselho Nacional de Praticagem), Paissandu Notícias (para o Paissandu Atlético Clube – RJ), Biólogos (para o CRBio-02 – Conselho Regional de Biologia), Revista da Casa de Eapaña (Órgão de divulgação da cultura espanhola no Rio de Janeiro), e Revista do Clube Naval (Para o Clube Naval do Rio de Janeiro).  

• Autor de três livros de cartuns: 
A fábrica e o povo (Massao Ohno – Ricardo Redisch Editores), com cartuns que ilustram um texto de Eça de Queirós.
Viagem de volta, (Repro–SP), com desenhos surrealistas de aviões inspirados nos Beatles, e poemas de Nei Leandro de Castro inspirados nos desenhos e nos Beatles.
Anedotas populares (Editora Taurus), com cartuns em forma de quadrinhos sobre anedotas contadas pelo povo.

• Contato com Sendino, através do e-mail:

sendino.claudio@gmail.com