O MUNDO DIVIDIDO
As sociedades humanas, sobretudo no mundo ocidental, encontram-se politicamente divididas entre esquerda e direita. A esquerda representa o Socialismo (ou Comunismo), e a direita o Capitalismo. Ambas as facções julgam-se democratas, e defendem a democracia com unhas e dentes.
Do ponto de vista humano, tanto entre os socialistas quanto entre os capitalistas, há pessoas honestas, sinceras, altruístas e fraternas no trato com os semelhantes (chamadas adiante de positivas), mas também existem outras tantas desonestas, hipócritas, egoístas e perversas (as negativas). Essas últimas parecem existir em maior número, ou pelo menos ocupam os postos decisivos nas sociedades, já que no mundo imperam a violência, a corrupção e a ganância. É normal que os negativos dominem o mundo, devido a predominar neles o egoísmo, que os impele a lutar com afinco pelo poder, enquanto os positivos não possuem essa ânsia dominadora. Evidentemente que em alguns países isso é mais notório e contundente, em outros menos.
Mas a questão fundamental aqui é admitir que o fator determinante para o bem-viver das populações é a predominância de pessoas positivas ou negativas nas sociedades e, sobretudo, entre os políticos dirigentes; e não o sistema político de governo adotado, seja o Comunismo ou o Capitalismo. As grandes decisões governamentais, nos dois sistemas, não são tomadas de forma automática ou eletrônica, mas sim por pessoas, que agem segundo seu caráter. Os de caráter positivo sempre terão por princípio beneficiar o povo, em qualquer decisão que tomem, mas os negativos pensarão somente em beneficiar a si mesmos. É certo que existem leis para punir as atitudes desonestas, mas também existem especialistas em driblar essas leis por caminhos, por vezes, bastante sinuosos, permitindo que os políticos corruptos possam exercer sua desonestidade “honestamente”. Inclusive, muitas vezes invertendo os papéis, através desses mesmos caminhos sinuosos, e punindo os que denunciam suas falcatruas...
Uma conclusão lógica desse fato é que a Democracia plena não pode ser exercida, enquanto perdurar, na maioria dos seres humanos, o atual estado de consciência, seja lá qual for o sistema político de governo. Existem arremedos de Democracia, com instituições onde discutem e votam as decisões do governo, porém o resultado final é sempre ditado pelo grupo que domina o poder. Ou imposto diretamente, em regimes totalitários, ou usando de artimanhas para manipulá-las a seu favor, nos países que se dizem democratas.
Ainda assim permanece a dualidade Comunismo x Capitalismo. Qual dos dois será o regime ideal? É lógico que cada um apontará a si mesmo. Mas na verdade, o que importa não é o sistema, e sim o aperfeiçoamento do regime estabelecido no país, com atitudes positivas dos seus políticos dirigentes. Será sempre muito sofrido para a população habituada a viver sob determinado sistema político, a implantação de um outro, levando à mudança de hábitos e do modo de viver. Todos devem lutar contra essas tentativas drásticas, falsamente revolucionárias, por vezes chamadas de progressistas, mas sempre lideradas por pessoas negativas, que, no fundo, lutam egoistamente pela conquista do poder, almejando vantagens pessoais.
Os positivos, que em qualquer circunstância mantêm-se honestos e altruístas, só agem a favor do povo, lutando continuamente pela liberdade de expressão, por mais conforto à população, amparo médico e hospitalar, alto nível de ensino, e também pela distribuição de renda proporcional às qualidades de cada um. Sempre agirão assim, pois é a sua natureza, mesmo que tal postura conflite com os representantes do status quo, enfrentando com determinação as represálias dos políticos negativos.
Os que ainda pensam que o ser humano é produto de um sistema socioeconômico estão enganados, pois nesse caso todos os habitantes de uma região teriam as mesmas tendências, os mesmos hábitos, enfim, desde que sob as mesmas condições, seriam igualmente felizes ou infelizes. Ora, a realidade é justamente o inverso, pois cada ser humano é único, individual, com vocações, aspirações, desejos e necessidades bem diferentes dos outros, por vezes opostas. Ainda que pertença ao mesmo grupo e habite a mesma região, é certo que o regime socioeconômico em que vive, embora consiga transmitir-lhe uma certa influência, não é, de forma alguma, determinante da sua personalidade e do seu caráter.
É errado acreditar que determinado regime socioeconômico fará por si o povo mais feliz. Para proporcionar o bem-viver coletivo, é necessário que os dirigentes, as pessoas responsáveis pelo controle do país, além de bem preparadas e competentes em suas funções, sejam positivas, isto é, bem-intencionadas, altruístas e sobretudo honestas. Que tratem de aperfeiçoar o sistema vigente, sem jamais cogitarem de trocá-lo por outro, pois o povo está acostumado aos seus hábitos de vida. O que o povo necessita é que as instituições e os serviços públicos, o atendimento médico, os hospitais e as escolas, sejam bem aparelhados e funcionem bem. Assim, devem lutar arduamente para impedir que os negativos tentem exercer seu domínio para impor tal mudança.
A polaridade política atual, a disputa entre o Socialismo comunista e o Capitalismo pela supremacia do mundo, em última análise é uma competição de interesses pessoais, com disfarce ideológico.
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