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domingo, 23 de setembro de 2018

• ARTIGO • Você crê em Deus?



Você crê em Deus?
Antes de responder simploriamente sim ou não a esta pergunta, faz-se necessária uma profunda reflexão. 
Falar em Deus remete à religiosidade. Todas as religiões adotam o princípio de que Deus é amor, entretanto os seus fiéis interpretam tal princípio de várias maneiras.  Uns vivem anunciando aos quatro ventos que Deus é o Senhor e o nosso Rei. Outros imaginam que Deus seja um ser repleto de luz, um grande espírito, o Mestre de todos os mestres, possuidor de tamanha sabedoria, que foi capaz de criar o Universo em sete dias. Merece, portanto, ser adorado e venerado por toda a humanidade. Outros ainda acreditam que Deus castiga quem o desobedece, perdoa os que se arrependem, e recompensa quem o agrada; inclusive ofertando automóveis, se levarmos em conta os inúmeros adesivos que colam em veículos. 
Mas é óbvio que as religiões não afirmam que Deus faça nada disso, pois castigar desobedientes e recompensar bajuladores é próprio dos tiranos. Tampouco é admissível que Deus queira ser Rei, e deseje ter súditos. Muito menos ser chamado de Senhor, afirmando sua autoridade, como um ser humano qualquer. E certamente Deus é indiferente a ser adorado ou não, pois a vaidade também pertence aos humanos, assim como ser sábio, bondoso ou fiel.
 Os conceitos e qualidades que os religiosos atribuem a Deus são sempre inerentes aos seres humanos. Essa constante humanização pode ser constatada na imagem do austero rei de cabelos brancos e longa barba, sentado num trono de nuvens, que representou Deus durante séculos. 
Há porém os que não conseguem imaginar Deus como o Senhor, como um rei autoritário e castigador, ou mesmo como uma entidade de luz. São os que consideram Deus a energia que move todo o Universo, ou seja, a Natureza. 
Pode-se afirmar, sem erro, que as suas leis eternas e imutáveis regem todas as coisas e seres, num processo automático e contínuo, através dos tempos.
Falamos assim do mesmo Deus, mas sem o mito religioso. Os pronomes e artigos que o designam são escritos com minúsculas, pois a Natureza não precisa ser adorada. Ela simplesmente ignora se a veneramos ou não, porque suas leis sempre foram e sempre serão cumpridas, em qualquer circunstância. Quem agir em desarmonia com elas, provoca em si mesmo o “castigo”, isso é, aquilo que está fazendo sai errado. Mas quem agir em harmonia com as leis de Deus, automaticamente será “recompensado”, isso é, aquilo que faz dá certo. Quem, ao ver o erro que cometeu, se arrepende sinceramente, o “perdão” de Deus será livrar-se da culpa, permitindo que dali em diante concentre toda a energia em reparar o erro e agir de modo certo, reativando amizades e abrindo novamente o seu caminho. 
Os que veem Deus dessa forma, podem afirmar verdadeiramente que ele está em toda parte, pois a matéria do Universo é energia condensada, formando os átomos e moléculas. A mesma energia que circula por nossos cérebros, dando-nos a sensação da individualidade. Portanto, é certo que somos parte de Deus, e nos movimentamos através das suas leis, que não dependem de religião alguma, de nenhuma oração, promessa ou magia, para que se cumpram.
Nesse caso, fazer uma prece a Deus pedindo a sua ajuda, é estabelecer contato consciente com essa energia cósmica, assumindo uma postura humilde diante do fantástico e constante movimento do Universo, do qual somos uma partícula infinitesimal. É aceitar a nossa pequenez, é reconhecer a limitação do conhecimento humano. 
O conhecimento das leis de Deus, que são as leis naturais, é cobiçado desde o momento em que o primeiro ser humano olhou para o céu e percebeu as estrelas. É perseguido, tanto pela Ciência quanto pela Religião, ambas pressupondo, cada uma a seu modo, um profundo conhecimento. 
Porém, se atentarmos bem, veremos que em toda a existência humana, o tanto que aprendemos é ainda muito pouco.
No século XVII, Newton enunciou três leis naturais que pareciam dar ao ser humano um grande domínio da Natureza. No entanto, a Ciência não para de evoluir, e postulados tidos como intocáveis numa época, em outra podem ser superados. Um exemplo foi a constatação feita por Einstein de que a menor distância entre dois pontos, nem sempre é – como parecia óbvio – a linha reta. 
Isso mostra que o ser humano somente conseguiu dominar parte das leis da Natureza, nunca as conheceu inteiramente. Ainda que esse limitado conhecimento o tenha possibilitado realizar as maravilhas tecnológicas atuais, como o computador e os celulares. 
Se na Idade Média tentássemos descrever o telefone celular, por exemplo, certamente seríamos tachados de bruxos. E quem sabe, daqui a 500 anos, tudo isso seja tão rudimentar quanto agora são as “trapizongas” produzidas naquela época? O que torna perfeitamente aceitável supor que, no futuro, a Ciência chegará a manipular fenômenos que atualmente não consegue explicar, como os paranormais e mediúnicos. Ou milagres, como os religiosos costumam chamar.
O estudo científico dos conhecimentos espirituais sempre foi cerceado pelos donos do poder, que até hoje só financiam experiências científicas que lhes traga lucro, e se possível, imediato. Por isso, todo o progresso tecnológico, através dos séculos, foi dirigido praticamente para duas finalidades: ampliar o poder bélico e alimentar o consumismo. Até mesmo a Medicina teve, e ainda tem, o seu avanço atrelado ao interesse lucrativo da indústria. 
Contudo, a evolução da Quântica permitiu à Ciência superar alguns postulados da Física tradicional, e, embora a passos lentos, novas leis da Natureza, que atuam nos pensamentos e emoções, vêm sendo cientificamente estudadas. Já é bastante sabido, por exemplo, que emoções e pensamentos influem diretamente na formação das células de todo o corpo. Com isso, é possível vislumbrar a cura de doenças através da telepatia e de outras formas de vibração mental que, em algumas religiões, sempre foi prática rotineira, embora, até hoje, sem o aval da Ciência. Mas chegará o dia em que a explicação de tais fenômenos engrossarão as páginas dos livros científicos, o que certamente representará um grande progresso humano.
A busca incansável do ser humano pelo domínio da Natureza, inclui também a tentativa de explicar a formação do Universo. Novamente, Ciência e Religião seguem caminhos praticamente opostos. 
Como tudo começou? As explicações religiosas são quase todas baseadas nos antigos mitos nascidos na Pré-História e na Idade Antiga. Pouco foi acrescentado. No mundo científico, a teoria mais aceita, a do Big Bang, diz em síntese que o Universo se formou a partir de uma grande explosão. É baseada na constatação de que as galáxias estão constantemente se afastando umas das outras, em consequência da explosão no início dos tempos, quando todas formavam um único ponto. 
No entanto, sabemos que todo efeito possui a sua causa. Esse ponto inicial teria, portanto, que ser constituído ao menos de um átomo, para ser possível a explosão, já que o nada é incapaz de explodir.
Mas como se originou esse primeiro átomo? De onde teria surgido?
A tais perguntas, simples e diretas, apesar das várias teorias que tentam formular respostas, o conhecimento humano ainda não conseguiu esclarecer definitivamente.   

Então, devolvo a pergunta: – Você crê em Deus?

Mande sua opinião,
ela será muito bem-vinda.

Envie para:
sendino.claudio@gmail.com

• HISTÓRIAS DAS COISAS • Pelas lentes da vida


HISTÓRIAS DAS COISAS – 13 

Pelas lentes da vida
Maron enxergava de longe, Ren só via de perto. Quando um estava no rosto, o outro ficava no bolso. Amigos inseparáveis, passavam o dia separados, somente tarde da noite conseguiam se falar. Quietos, na mesinha de cabeceira, finalmente podiam comentar as façanhas do dia. 
Maron era mais seguro, mais senhor de si, e feliz com o seu trabalho. Adorava olhar as paisagens da orla, sempre reparava no contorno das montanhas, que ia diminuindo pouco a pouco, até se juntar com o mar da lagoa. Nos fins de tarde, maravilhava-se com o pôr do Sol, sempre diferente do anterior. Observava os raios de luz transpassando as folhas das árvores, fascinava-se com os pássaros... Achava linda a natureza!
Gostava também de olhar as ruas, os automóveis, aquele monte de gente indo e vindo. Entretinha-se depois com a visão dos botões luminosos do elevador, meio desfocados, pois ele era especialista em ver ao longe. Gostava de ver a porta do elevador se abrir, e logo depois fechar-se novamente. Aguardava ansioso o momento de entrar naquela sala grande, onde podia apreciar muitos rostos em volta da mesa comprida, todos falando muito. Era a costumeira e demorada reunião diária. Bem mais tarde, faria todo o percurso de volta, vendo novamente o elevador, as ruas, o volante e os controles do automóvel. Esses de relance, enquanto através do para-brisa, se assustava um pouco com os inúmeros veículos que cruzavam a avenida velozmente, em direções opostas. Até chegar de volta à sua casa.    
Seu amigo Ren, ao contrário, vivia triste. Nas saídas à rua, permanecia quase o tempo todo no bolso, a não ser nos momentos de conferir uma conta, de assinar, ou de ler alguma revista ou jornal. Ele atuava mais em recintos fechados, principalmente à noite, dedicando-se à escrita e ao computador. Acostumou-se com a visão de seu dono, desenhista. Reparava nos detalhes dos esboços, rabiscados a lápis e depois transferidos para o computador, acompanhando de perto os traços riscando a tela, encontrando ou cruzando com outros, até formar uma figura completa. Em seguida assistia cada cor ocupar aos poucos um determinado espaço, até o desenho ficar pronto.
Em outros momentos, seguia bem de perto as palavras de um texto, que às vezes parecia não ter mais fim. Lia páginas e páginas, sempre em close, voltando às vezes para corrigir uma letra digitada errado, colocar uma vírgula ou um sinal qualquer.
Mas apesar de todos esses trabalhos, Ren não era feliz. Faltava-lhe alguma coisa, um objetivo na vida, uma realização pessoal... Não sabia o que, mas não lhe bastava viver sendo somente usado, e mais nada.
Enquanto Ren trabalhava à noite, Maron permanecia na mesa de cabeceira do quarto, quieto, com suas hastes dobradas sob o corpo, pronto para qualquer eventualidade. No entanto, sentia-se tranquilo, feliz com seu trabalho de ver de longe. Não desejava mais nada, não tinha os mesmos questionamentos do amigo.
O tempo passava, um completando o trabalho do outro. E os anos se encarregaram de formar uma sólida amizade entre eles. 
Certa noite, Maron chegou com uma notícia preocupante: no dia seguinte iria à ótica, para substituir suas lentes. Essa troca de lentes já havia acontecido antes, por isso não deveria ser motivo de preocupação. No ano passado, os dois foram juntos, e de lá voltaram felizes, ambos enxergando bem melhor. Mas agora havia uma diferença fundamental: Maron iria à ótica sozinho.  
“Por que não vamos juntos?” – Perguntou Ren, pressentindo que alguma coisa ruim estava por vir.
“Bobagem” – Comentou Maron, tranquilizando o amigo. “Vou só atualizar o grau da lente, como no ano passado! Depois irá você, na certa!”  
“Não sei, Maron... Não sei porque, mas estou muito preocupado...” – Repetia Ren. “Li um artigo sobre uma nova tecnologia, uma lente que tanto enxerga de perto quanto de longe... Uma coisa muito estranha!” 
Mas o amigo continuou otimista: “Que nada, Ren, as lentes modernas são de melhor qualidade! Vamos conseguir ver melhor, só isso! Fique tranquilo!” 
Ren finalmente sorriu: “É... Deve ser bobagem minha!” 
Manhã seguinte, cedinho, lá foi Maron, olhando o intenso movimento do trânsito, em direção à ótica, numa rua do Centro. Ao passar pela vitrine, compadeceu-se ao ver tantos semelhantes seus, ali deitados, aguardando uma oportunidade de enxergar o mundo. 
Logo o levaram para o laboratório, e, como numa anestesia geral, tudo se apagou.Quando acordou, a visão era muito estranha. Olhava as coisas de longe e também de perto. E todas estavam nítidas, como nunca tinha visto. Que coisa esquisita! 
Foi quando ouviu a voz do vendedor: “O senhor fez uma boa troca, as lentes multifocais são muito melhores!” – Aí ele entendeu tudo: suas novas lentes eram justamente aquelas, das quais o Ren tinha tanto medo! 
A cada coisa que focava, mais se surpreendia. E percebeu algo ainda mais estranho: ao olhar para distante através de sua parte superior, tudo era normal, como sempre foi. Mas à medida em que fosse baixando o olhar ia enxergando os detalhes, cada vez com mais nitidez, até se igualar à visão do seu amigo Ren. Uma coisa mágica, inacreditável! 
Maron pensou imediatamente no amigo. Durante todo o percurso de volta, tentou arranjar argumentos que justificassem a sobrevivência dos dois. Mas cada vez era mais evidente que ele agora ficaria sozinho. O que seria do Ren? Seria dispensado? Morreria? 
Atormentado com tais pensamentos, chegou ao quarto de sua casa. Foi posto ao lado do o amigo, na mesinha de cabeceira, mas antes que pudessem falar qualquer coisa, Ren foi levado ao rosto, por uns breves segundos, para ser testado. Em seguida Ren voltou para a mesinha e ele foi colocado novamente no rosto. Não tiveram tempo sequer de trocar uma palavra.
Maron voltou para a rua e ficou o resto do dia fora de casa. Estava tão aflito com o amigo, que nem se importou com a novidade de enxergar de perto. Não pensava em mais nada ao passar pelas ruas, pela subida do elevador, e durante a costumeira reunião na grande sala. Nenhum prazer sentiu em poder enxergar detalhes, assinar documentos, ler colunas de jornais, tampouco reparou no pôr do Sol. Nada disso conseguiu afastar a preocupação com o seu amigo, que pela primeira vez ficara em casa.
Retornou já no início da noite, muito cansado.
Diante do computador, pela primeira vez, ele – e não o Ren, examinou de perto as palavras dos textos e seguiu os traços de um desenho. Em vez de se alegrar, mais se entristeceu, cheio de compaixão pelo amigo. 
Na hora de costume, foi deixado na mesinha de cabeceira, e felizmente ainda se encontrava lá o seu amigo Ren. Mas estava visivelmente desolado. Assim que o viu chegar, disse em tom de brincadeira, disfarçando a profunda mágoa: 
“Você agora é moderno, hein? Vê de todas as distâncias!”
“É verdade” – Concordou Maron: “A lente que me colocaram é multifocal...”  
“Eu não presto mais para nada...” – Resmungou, bem baixinho, Ren. 
“Mas eu não quero me afastar de você, meu amigo. Nunca!” – Respondeu Maron, seriamente.
“Não depende de sua vontade. É o progresso tecnológico, não podemos impedir! Acho que essa é a última vez que nos vemos...” – Retrucou Ren.
O que ele falou fazia sentido. Ren foi confinado numa gaveta, longe de seu amigo. Nos dias seguintes, somente Maron foi usado, de manhã à noite. Enxergava com perfeição, desde os detalhes até o horizonte distante. No entanto, essa nova vida não lhe trouxe felicidade. Fazia o trabalho como rotina, apenas por obrigação. 
Toda noite, ao voltar para o seu canto, Maron esperava em vão encontrar o amigo. Tentava imaginar a dimensão da sua tristeza, trancado numa gaveta, sem poder ler nem acompanhar os desenhos sendo feitos... Se ao menos soubesse em qual gaveta, teria uma chance de vê-lo, de conversar com ele...
Mas a situação real era bem diferente do que Maron imaginava. Ele não foi jogado fora, com certeza. Tampouco trancado numa gaveta. Na verdade, Ren não estava mais naquela casa. Foi dado de presente ao jardineiro, que vinha semanalmente, e sempre se queixava de não enxergar as inscrições no verso dos pacotinhos de sementes. Com o Ren, passou a ler nitidamente. 
O jardineiro ficou radiante com o presente, e muito agradecido, tanto que comentou com a mulher: “Um óculos muito bom, eu posso enxergar todas as letrinhas!” 
E ela também se entusiasmou: “Que armação bonita! Deve ter custado muito caro! Foi um presentão!” 
Ren ficou mais animado com essas palavras, sentiu-se prestigiado e reconfortado em saber que teria uma nova casa. A perda do amigo, isso sim, o entristecia muito, assim como a ausência do computador, a coisa que mais gostava. Teria de se conformar com a telinha do celular do jardineiro. Até que achou interessante a tarefa de ler as inscrições nos pacotinhos de sementes.
Em poucos dias, Ren habituou-se com sua nova vida. Só era desconfortável viajar pendurado na gola da camisa do jardineiro, mas conseguiu decorar os nomes de várias plantas, e se distraía pesquisando os telefones na telinha do celular. Não fosse a saudade do amigo Maron, talvez a vida estivesse correndo bem. Compreendeu nessa hora que, de amigo, a gente não esquece. 
“Quem sabe,” – pensava, “um dia ainda o encontre...” – E com esse pensamento, lutava para deixar a saudade de lado.
Semanalmente, o jardineiro o levava à sua antiga casa, pendurado na gola da camisa. Ren sabia que o amigo Maron estava lá, mas o encontro dos dois nunca acontecia.    
Um dia, o jardineiro teve que ir na agropecuária, no Centro, para comprar novas sementes, e o levou, como sempre, pendurado na gola. 
Ao ser colocado no rosto para ler os textos dos pacotinhos de sementes, ouviu uma voz conhecida: “Bom dia, jardineiro, tudo bem com você?” – Era o dono de sua antiga casa! E bem defronte a seus olhos estava o amigo Maron. Foi um encontro tão inesperado e emocionante, que os dois ficaram se olhando, completamente mudos.   
Perguntou o dono da casa: “Gostando do óculos?” 
O jardineiro nem sabia como elogiar o presente: “Se estou gostando? É uma maravilha! Agora eu enxergo tudinho! Foi um presentão que o senhor me deu, pode acreditar!”
Durante o diálogo, Ren e Maron não pararam de se olhar, trocando palavras em silêncio – um poder que só as coisas possuem. 
Disse Ren: “Olá, Maron! Que bom ver você!”
Maron ficou embaçado de emoção. Mas respondeu: “Meu amigo, pensei que ainda estivesse trancado na gaveta. Vê-lo trabalhando novamente, me deixa muito feliz! E então, está gostando do que vê?” 
 “Agora, tenho novas tarefas. Gosto de ver plantas, sementes... Mas ainda vejo muita coisa virtual. Não em computador, mas no celular. A tela diminuiu um pouquinho...” 
Os dois riram muito, e lágrimas de alegria embaçaram suas lentes.
“É isso, meu amigo. Nossa vida é ajudar os humanos a ver o mundo”, disse Maron. “É uma missão muito nobre, você já pensou nisso?” 
Ren demorou-se refletindo, antes de responder: “Você falou uma verdade! Nós vivemos para ajudá-los a viver... Claro, é uma nobre missão! Nunca havia pensado assim...”
Mas o diálogo foi interrompido bruscamente com a despedida dos dois homens. O jardineiro voltou a agradecer o valioso presente, pendurou Ren na gola da camisa e saiu para a rua. 
Só houve tempo para Maron gritar: “Ren, meu amigo! Seja feliz! Nós nos encontraremos quando for possível” 
Durante todo o caminho, Ren pensou nas palavras de seu amigo. Elas o levaram a descobrir o quanto é mesmo nobre e valioso o ato de ajudar um ser humano a enxergar o mundo. A consciência dessa verdade transformou sua vida. Acabou sua tristeza, finalmente encontrara aquela coisa que faltava, aquele objetivo de viver. Sentiu-se então, pela primeira vez realizado, calmo e seguro, como sempre foi o seu amigo Maron. 
Que bom se puder revê-lo de vez em quando...

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• HUMOR & CARTUNS • O trânsito brasileiro


Os cartuns a seguir ilustraram o livro 
O trânsito brasileiro e seu novo código - Análise e sugestões (de Celso Franco, ex-diretor do Detran do Rio de Janeiro e ex-colunista do caderno Carro & Moto do Jornal do Brasil).
As 21 charges selecionadas estão sendo postadas mensalmente no blog, deste maio até setembro de 2018.


• As legendas das charges são frases retiradas do livro.
Veículos com suas dimensões ou de sua carga superiores aos limites estabelecidos legalmente: infração grave.

Conduzir motocicleta, sem usar capacete de segurança com viseira ou óculos de proteção e vestuário de acordo com as normas: infração média.

O artigo 257 estabelece a quem são aplicadas as penalidades.

Imagino o que seria de mim, se não pudesse disciplinar os veículos do corpo diplomático, por exemplo, removendo-os quando em estacionamento abusivo e prejudicial.

Anjos do Asfalto

• ELES SÃO UNS GATOS! • Três fases de Miguelito

Miguelito é um gato que evoluiu muito depressa.
As fotos demonstram sua evolução.

Primeira foto: ainda muito criança, 
Miguelito  já se mostrava preocupado com o futuro.

Segunda foto: em plena juventude, 
Miguelito demonstra como era impetuoso e confiante em si mesmo.

Terceira foto: tendo já adquirido maturidade e cultura, 
Miguelito ficou fascinado ao ler Cerventes.






• INFORMAÇÕES PROFISSIONAIS • Sendino

SENDINO
(Claudio Fabiano de Barros Sendin)

• Diretor de arte publicitário, trabalhou em Criação, nas principais agências do Rio de Janeiro, de São Paulo, e num estúdio de publicidade em Barcelona. 
Durante essa fase, participou da criação de campanhas publicitárias para muitas empresas e instituições importantes, entre elas: Volkswagen, Vasp, Gillette, Coca-Cola, Banco do Brasil, Petrobras, Merrel (Cepacol), Fleischmann Royal, Bradesco Seguros, Prefeitura do Rio de Janeiro. 
Algumas dessas campanhas e peças isoladas receberam medalhas de ouro, prata e bronze, no Prêmio Colunistas.

• Cartunista publicitário, criou personagens bem-sucedidos para publicidade, como Bond Boca, da Cepacol, em parceria com o redator Alexandre Machado, e o Bocão, da Fleischmann Royal, em parceria com a equipe de marketing da Norton. Criou todos os cartuns da campanha Minimania, para a Coca-Cola e Bob’s.

• Cartunista editorial, ilustrou muitas matérias na revista Domingo (do antigo Jornal do Brasil), onde criou a capa sobre “mergulhadores na Baía de Guanabara a procura de barcos naufragados”. Na revista Veja Rio, criou 16 capas, muitas ilustrações de matérias, e ilustrou com charges as crônicas do crítico musical Sérgio Cabral, durante mais de cinco anos. Para o jornal O Globo, criou muitas capas para os cadernos “Vestibular”. 

• Diretor de arte editorial, fez os projetos gráficos de várias revistas corporativas: Hospedagem Brasil (para a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), Rumos Práticos (para o Conapra – Conselho Nacional de Praticagem), Paissandu Notícias (para o Paissandu Atlético Clube – RJ), Biólogos (para o CRBio-02 – Conselho Regional de Biologia), Revista da Casa de Eapaña (Órgão de divulgação da cultura espanhola no Rio de Janeiro), e Revista do Clube Naval (Para o Clube Naval do Rio de Janeiro).  

• Autor de três livros de cartuns: 
A fábrica e o povo (Massao Ohno – Ricardo Redisch Editores), com cartuns que ilustram um texto de Eça de Queirós.
Viagem de volta, (Repro–SP), com desenhos surrealistas de aviões inspirados nos Beatles, e poemas de Nei Leandro de Castro inspirados nos desenhos e nos Beatles.
Anedotas populares (Editora Taurus), com cartuns em forma de quadrinhos sobre anedotas contadas pelo povo.

• Contato com Sendino, através do e-mail:

sendino.claudio@gmail.com