Translate

terça-feira, 25 de julho de 2017

• ARTIGO • Não sou produto de sistema algum


Não sou produto de sistema algum

“É preciso tomar cuidado com os rótulos e as aparências, pois há muitas mulheres mais valentes que os homens, homens mais sensíveis do que crianças, crianças mais sofridas que idosos, idosos mais rápidos que jovens e jovens mais sábios que idosos. Há graduados que dão aula de ignorância e analfabetos ensinando a vida. E assim segue a estrada...”
Mario Quintana

O ser humano não é produto de um sistema socioeconômico, como muitos dizem. Fosse essa a realidade, a formação mental moldada pelo sistema vigente levaria os habitantes de cada país ou região a pensarem essencialmente da mesma maneira, terem todos as mesmas aspirações, os mesmos conceitos morais e o mesmo grau de evolução espiritual.
Em seu desenvolvimento ele sofre, sem dúvida, forte influência do sistema e do meio, mas tal influência não chega a ser determinante para a formação do seu caráter. Cada ser humano, ainda que passe a vida numa comunidade, ao lado de milhares de outros, sob as mesmas leis, frequentando escolas com o mesmo padrão de ensino, recebendo essencialmente as mesmas influências, possui gostos, maneiras de pensar e necessidades bem diferentes dos demais, e um grau de evolução espiritual próprio, exclusivo.
Desde muito jovens, todos apresentam tendências e índoles bem diferenciadas. Diversas vocações para as artes, para filosofia ou ciências exatas; Uns se mostram fraternos, humanistas e altruístas, sentindo prazer em colaborar com o próximo, enquanto outros do mesmo grupo, revelam-se egoístas, dominadores, querendo se apossar de tudo o que gostam.
Pergunta-se então: qual a característica do ser humano que deve ser considerada produto de um sistema socioeconômico? Os sistemas, sim, são produtos da concepção teórica  de indivíduos.
Em qualquer sociedade, seja qual for o regime vigente, desde a infância todos vão se acostumando com as regras impostas, achando tudo normal e rotineiro. À medida em que adquirem consciência de si mesmos e do mundo ao seu redor, começam a se manifestar as diferenças. Uns aceitam passivamente o statu quo e seguem sua vida da melhor maneira possível, sem questionamentos. Outros, ao contrário, contestam o que acham injusto no sistema. 
 Em todas as sociedades nascem pessoas com índoles diversas. Algumas tendem a ser honestas, outras não. Existem as que se mostram humanistas desde cedo, e as que crescem egoístas e dominadoras.
Os dominadores são indivíduos geneticamente induzidos a usar o semelhante para tirar proveito. Quando muito inteligentes, não importa se vivem num sistema com ou sem classes sociais estabelecidas, costumam encontrar um caminho, seja como políticos ou como empresários, para tornarem-se poderosos e ricos. Não raramente por métodos ilícitos ou criminosos.
Misturados com eles, estão os indivíduos de tendência humanista, que desde cedo demonstram isso. Com o DNA dotado de alto grau de espiritualismo, esses nunca veem diferenças sociais, ainda que elas existam no país, e acabam se engajando na construção de grandes obras humanitárias. Ajudar a humanidade é o objetivo maior e a vocação nata de tais pessoas.
Todos nascemos livres de qualquer sistema. O que o sistema faz, isso sim, é estimular as tendências dos indivíduos, segundo a orientação, planejada ou não, de cada país. E esse estímulo acontece através da educação.
Uma pessoa que traz determinada vocação em seu DNA, pode passar a vida frustrada e triste se não tiver oportunidade de progredir, se a sua capacidade em potencial não for estimulada pelos pais ou nas escolas. Ou seja, se o sistema não acenar com um futuro promissor nessa profissão.
Quanto mais o sistema souber recompensar as vocações positivas, mais portadores de tais qualidades se dedicarão a estudar e se aperfeiçoar, ajudando a desenvolver positivamente esse setor em seu país.
Em compensação, quando o sistema é orientado a estimular as vocações negativas, como os governos inibidores da justiça e permissivos à desonestidade, acaba generalizando a corrupção. Os indivíduos de índole desonesta sentem-se num campo fértil e vão aperfeiçoando cada vez mais seus métodos criminosos.
Por essa razão há povos mais dedicados ao desenvolvimento científico, à filosofia e às artes, alguns com senso de cidadania mais apurado, e outros dominados por corruptos e traficantes.
O ser humano, pois, apesar de sofrer forte influência do meio socioeconômico, não é seu produto. É antes, consequência de uma herança genética, cujo processo certamente vai muito além do conhecido pela Ciência atual.
O conhecimento da genética é bem recente, e ainda há muito o que descobrir. A Física Quântica já admite fenômenos antes considerados absurdos, como a influência mútua de células, não importando a distância entre elas. Quem sabe se o ser humano, ao nascer, herda características de suas próprias vidas passadas? Talvez no futuro a Ciência venha a considerar o fenômeno da reencarnação um processo natural da vida, embora de forma diferente da explicada pelas religiões. É uma hipótese que merece e está sendo investigada pela Ciência, e não faltam Indícios da sua existência.
Um deles, bastante contundente, é o de um menino norte-americano de nome James Leininger, que desde os dois anos tinha pesadelos com um avião em chamas, acordando aos gritos. Ele também sabia instintivamente o nome de todos os aviões da Segunda Guerra e reconhecia as figuras de cada um. Contava aos pais que morreu em Iwo Jima, apontando no mapa o lugar onde o avião Corsair que pilotava caiu, depois de decolar do navio Natoma. Dizia que foi derrubado por um tiro certeiro, de frente, e que se chamava James-3.
Todos os detalhes, inclusive o seu nome, foram confirmados com exatidão: piloto James M. Huston, o terceiro James do esquadrão, morto em Iwo Jima, atingido no motor por um avião japonês, após decolar do US Natoma Bay, pilotando um Corsair.
Existem inúmeros exemplos tão contundentes quanto esse, que despertam curiosidade no meio científico. Sabemos que na Ciência, postulados inaceitáveis numa época, tempos depois são explicados e aceitos. Será possível existir uma cadeia ainda desconhecida de DNA, que de alguma forma permaneça no éter, até que seja transmitida para um novo ser humano? Se isso de fato acontecer, esse novo ser nascerá com a mesma índole e todo o potencial mental do seu antecessor; terá recordações de fatos e sentimentos, como se lembrasse de uma vida passada, e estará capacitado a continuar de onde o outro parou. Certamente hipóteses bem mais embasadas estão sendo atualmente formuladas e investigadas. Cientistas não param de galgar novos degraus e a Ciência é uma escada sem fim...
Certo é que as vocações e a índole de cada indivíduo, a sensibilidade e capacidade de compreensão humana, são natas e individuais. É muito mais plausível que o ser humano seja produto de sua própria evolução, através de sucessivas vidas pelo reino animal, do que de um simples sistema político, inventado por ele mesmo.
sendino.claudio@gmail.com

• HISTÓRIAS DAS COISAS – 23 • A Salvação



GRANDES EVENTOS

• História 12
Salvou-se o mundo
(Continuação de Caso de Polícia – publicado em maio de 2017)

O caso policial envolvendo os facões Rebite Prata e Rebite Dourado deixou sequela. Mesmo depois que tudo foi explicado e provada a inocência dos dois facões, eles permaneceram inativos, por decisão do Diretor de Eventos e deles próprios. Os torneios Tirinhas e Tirinhas Uno passaram então a ser protagonizados somente pelas faquinhas Azul e Fininha.
As duas primas atuando sós, no princípio souberam levar muito bem os espetáculos, e até ganharam mais popularidade. A competência e o talento das duas segurou o público, com belas apresentações, durante uns meses. Mas, passada a euforia inicial, elas foram perdendo o entusiasmo, pois sofriam ao ver seus mestres na gaveta, enquanto atuavam. E o público, sentindo algo estranho no ar, começava a decair.
Chegou o momento em que elas não se conformaram mais com a situação. A primeira a tocar no assunto foi Fininha: “Querida, tem uma coisa que preciso lhe dizer; quero saber a sua opinião...” As duas ficaram se olhando e pareciam entender-se pelo olhar. Respondeu Azul, adivinhando o pensamento da outra:
“É sobre o Prata e o Dourado, não é? 
“É sim. Você também se preocupa com eles, tenho certeza... “
“Claro, minha prima”, confirmou a Azul, acrescentando: “Nós duas não estamos mais rendendo tão bem nos espetáculos, sabemos muito bem disso...”
Fininha a abraçou: “Prima, temos que fazer alguma coisa... Você sempre soube ter as ideias certas quando foi preciso. O que acha que podemos fazer?”
Foi ótimo que a prima levantasse a questão. Na verdade, Azul estava com essa mesma preocupação há muitos dias, mas agora chegara o momento certo de tomar uma atitude. Disse então, decidida:
“Acho que está na hora de voltarmos a atuar juntos, os quatro.”
“Eu penso a da mesma maneira,” concordou Fininha, convicta.
Como sempre aconteceu em momentos como esse, propuseram uma reunião com o Diretor. Ele as recebeu prontamente em sua sala.
“Não usei a sala de reuniões dessa vez porque acho que posso adivinhar o assunto,” adiantou o Diretor, “e quero resolver isso rápido.”
“O senhor já deve ter notado que a frequência do público vem decaindo e que nós duas não estamos conseguindo sustentar sozinhas os espetáculos,” disse Azul.
“Qualquer um percebe isso”, respondeu o chefe, “O fato é que a saída dos facões mudou totalmente o panorama das coisas.” O chefe fez uma pausa e respirou fundo, pois o que pretendia dizer seria difícil para as duas.
 “Não que eu duvide da competência de vocês, eu sei que as duas são muito talentosas, que sabem fazer muito bem as suas tarefas, mas...” 
“Mas o quê? “ – interrompeu Azul.
“Mas confesso que cometi um erro grave. Imaginei que os facões já estavam esquecidos do público, porque pelas ruas não se falava mais neles... Agora sei que foi devido ao povo ter acreditado na história que foi divulgada, da doença deles. Foi exatamente isso. Mas com o passar do tempo, ficou claro que os torneios sem os dois facões não se sustenta... Já começaram a comentar pelas esquinas que os torneios estão em decadência, já começaram a fazer piadas...”
Fininha e Azul o olhavam apreensivas, mas sem dizer nada, pois compreendiam que era a pura verdade. E o Diretor finalizou:
 “Eu pretendia propor a vocês a suspensão dos torneios. Pelo menos durante um tempo, até que as condições permitam...”
As duas faquinhas estremeceram. Viram num relance tudo desmoronar, tudo o que fizeram como artistas. 
“Não! Não é possível!”, gritou Azul.
Mas o Diretor prosseguiu, impassível e decidido: “Vamos aguardar que tudo se acalme, que mude esse ambiente hostil. Quem sabe, no futuro...”
Azul não o deixou completar a frase: “Por favor! Não termine assim com a nossa vida! Não desmorone o nosso mundo! É tudo o que temos!” – E começou a chorar compulsivamente. Fininha, que até então estava calada, implorou ao chefe, emocionada:
“Senhor Diretor, por favor ouça a minha prima! Pense no Prata e do Dourado! Lembre que eles são heróis, que praticamente foram eles os criadores dos torneios! Faça uma coisa boa... Chame eles de volta!”
O Diretor levantou as sobrancelhas: “Trazê-los de volta?”
Azul imediatamente interrompeu as lágrimas e emendou: ”Sim! Trazê-los de volta! Vai ser um sucesso! Tenho certeza! Eles sempre foram sucesso!”
“Na verdade,” iniciou a falar o Diretor, com sua voz pausada e grave, e uma calma revoltante: “Na verdade... não estou feliz em acabar com os torneios.” Depois de uma grande pausa e um silêncio pesado, prosseguiu: “Com certeza será um prejuízo para a empresa e para todos, mas...”
Fez outra daquelas pausas estudadas, ajeitou-se melhor na poltrona, passou os dedos pelo queixo e, pensativo, balbuciou consigo mesmo: “Trazê-los de volta... Será?...”
“Eles estão prontos e ainda estão em forma!” ­– afirmou Azul, sem vacilar.
O Diretor continuou, ainda pensativo: “Eles de volta... quem sabe... pode até ser que dê certo...”
E o grito das duas ao mesmo tempo: “Vai dar certo! Vai dar certo!”
O Diretor então recostou-se na poltrona, voltou-se para a Azul e a olhou diretamente nos olhos, e finalmente decidiu-se:
“Você sempre teve bons palpites. Talvez valha a pena tentar...”
Permaneceu ainda alguns segundos encarando Azul, querendo incorporar sua certeza. Ela nem sequer piscou, e então o Diretor concluiu:
“Pois eu concordo, vamos fazer uma última tentativa. Vamos chamar de volta o Prata e o Dourado.”
Azul gritou, radiante:
“Obrigada! Obrigada! Eu garanto que o senhor não vai se arrepender!” E correu para abraçar a prima, emocionada.
Encerrada a reunião, as duas faquinhas voltaram à gaveta com a missão de comunicarem a decisão ao Prata e ao Dourado. O único receio seria o de que eles não quisessem mais voltar... Mas ao contrário, como estavam há meses sem nada o que fazer, mostraram-se felizes e aliviados.
O Diretor não quis fazer alarde com antecedência, achando que causaria mais impacto se a volta dos dois fosse de surpresa. Por isso só comunicou à imprensa na antevéspera do primeiro espetáculo. Mesmo assim, as manchetes de todos os jornais foi “Prata e Dourado de volta aos torneios”, e as televisões reprisavam imagens de arquivo dos recordes conquistados pelos dois facões.
O mundo dos torneios estava salvo.


sendino.claudio@gmail.com

• HUMOR COM CARTUM • O Trânsito Brasileiro

O livro O TRÂNSITO BRASILEIRO E SEU NOVO CÓDIGO, de Celso Franco, foi publicado pelo Detran RJ em 2005. É todo ilustrado com charges baseadas nos comentários do autor sobre as infrações do trânsito, o comportamento dos motoristas e dos pedestres, a documentação do veículo e os sinais de trânsito. As charges por si remetem ao assunto tratado, dispensando legendas.






































• ELES SÃO UNS GATOS! • Dia do Amigo

Dia 20 deste mês de julho foi o Dia Internacional da Amizade. 
Vejam como os meus queridos amigos comemoraram esta data. 
Aparecido e Céu

Céu e Aparecido

Céu e Aparecido

Felisberto e Francisquinho

Aparecido e Céu

Aparecido e Céu

Aperecido e Céu

Céu e Felisberto

Tapioca e Miguelito